Um Brasil em crescente e 100%. Três jogos, três vitórias, classificação em primeiro lugar no grupo A da Copa das Confederações. A Itália não foi páreo para a Seleção. Nem quando apostou na retranca, nem quando saiu para o jogo. Numa tarde inspirada de Fred, que desencantou e marcou duas vezes, a equipe brasileira construiu um placar de respeito sobre o rival histórico: 4 a 2. Classificadas, as seleções esperam, agora, seus adversários. Espanha ou Uruguai. Na outra partida do grupo, o México venceu o Japão por 2 a 1.
O início de jogo foi alucinante, com o Brasil pressionando a Itália no seu campo de defesa. A primeira chance surgiu com poucos segundos de partida, com Hulk, que bateu cruzado para a defesa de Buffon. Desde os primeiros minutos ficaram claras as posturas das duas equipes. A Seleção manteve o seu estilo e esquema de jogo, com duas linhas ofensivas de quatro jogadores cada. Já os italianos preferiram a cautela, com linhas defensivas de quatro atletas na defesa e cinco no meio-campo.
Com tanta dificuldade, a salvação do Brasil foi a bola parada. No último minuto do primeiro tempo, Neymar cobrou falta na área, Fred cabeceou, Buffon defendeu e, no rebote, o zagueiro Dante, que havia entrado no lugar de David Luiz, machucado, tocou para o gol. A justiça no placar estava feita. A Seleção foi melhor que a Itália, que praticamente não jogava, apenas marcava.
Um cochilo na defesa, porém, e a Itália mostrou seu poder decisivo. Logo aos cinco minutos do segundo tempo, Balotelli deu um passe genial para Giaccherini, que, livre de marcação, avançou pela direita até a área e bateu cruzado. Gol de empate italiano. O Brasil manteve a calma e a proposta de jogo. E isso foi muito importante. Pouco tempo depois, aos 10, a Seleção estava na frente do placar novamente. Neymar, cobrando falta magistral, fez 2 a 1.
O Brasil se encontrou, definitivamente, no jogo no segundo tempo. A marcação da Itália afrouxou e a Seleção jogava mais solta. Passe livre para o placar ser ampliado. O que aconteceu aos 21 minutos. Marcelo fez um grande lançamento para Fred que, como um bom centroavante, ganhou no corpo do zagueiro e finalizou com força para o gol. A Itália, no entanto, não estava morta. Nunca está. Os italianos foram buscar o segundo gol, marcado por Chiellini, aos 25, após cobrança de escanteio e pane geral na zaga brasileira.
Se por um lado o futebol mais ofensivo da Itália no segundo tempo proporcionou ao Brasil jogar mais solto, por outro também trouxe perigo. Os italianos têm qualidade quando jogam com a bola no pé. E assim estiveram próximos do empate, visto que a Seleção recuou um pouco mais, principalmente após a entrada do volante Fernando na vaga de Hulk. Maggio, de cabeça, acertou uma bola no travessão de Júlio César. Foi por pouco.
A tranquilidade só veio no final. Numa jogada que começou num desarme do volante Fernando, Marcelo recuperou a bola e tocou para Bernard. O meia devolveu para o lateral que chutou para a defesa de Buffon. No rebote, o sempre atento Fred, em posição regular, tocou para o gol. Era o fim do jogo. Festa da Seleção. Festa na Bahia.
Ficha do jogo
Brasil
Júlio César; Dani Alves, Thiago Silva, David Luiz (Dante) e Marcelo; Luiz Gustavo, Hernanes e Oscar; Hulk (Fernando), Fred e Neymar (Bernard). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
ItáliaBuffon; Abate (Maggio), Bonucci, Chiellini e De Sciglio; Montolivo (Giaccherini), Aquilani, Candreva, Marchisio e Diamanti (El Shaarawy); Balotelli. Técnico: Cesari Prandelli.