E minhas previsões mais uma vez foram por agua abaixo. Tinha previsto no duelo de terça entre Bayern x Barça, que seria um jogo muito brigado pela posse de bola e não foi. O Barcelona ficou mais com a posse de bola, mas o Bayern foi mais eficiente e goleou os visitantes. Aí na prévia de Borussia e Real eu havia previsto que o duelo seria muito equilibrado e mais caí do cavalo. Desta vez quem me derrubou foi o artilheiro Lewandowski que acabou com o Real, marcando os quatro gols da vitória alemã, entrando para a história como único jogador até hoje a marcar quatro vezes em uma semifinal de Champions League e deixando os alemães muito próximos de uma final doméstica contra o Bayern.
Assim como o jogo entre Bayern x Barça, em que mostrou como a escola alemã vem evoluindo, apostando em jovens que não tinham tanto nome e que hoje, após um processo de desenvolvimento e aprendizado, mostra como o futuro do futebol na Alemanha está bem servido, a partida entre Borussia x Real também teve esse conceito. O Borussia que após quase falir, passou a apostar em jogadores baratos como o artilheiro Lewandowski, sem grandes estrelas e dando ênfase à parte tática e depois de um bicampeonato alemão, derrotou dando show, um time 9 vezes campeão europeu e que é conhecido como um dos times que mais investe pesado nas contratações de estrelas como Cristiano Ronaldo e Kaká.
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| Lewandowski que marcou os quatro gols, veio praticamente de graça. |
Para conseguir a vitória, o técnico Junger Klopp armou o Borussia no 4-2-3-1 com os laterais Schmelzer e Piszcek apoiando o ataque, o primeiro volante era Bender que ficava um pouco mais fixo e Gundogan saía mais para o jogo. A linha de três tinha Reus na ponta esquerda, usando a diagonal e invertendo bastante com Gotze, que ficava mais centralizado com liberdade de movimentação e Kuba era o ponta direita, buscando a linha de fundo e acompanhando as subidas de Fábio Coentrão. Lewandowski era o centroavante com muita movimentação.
O Real de Mourinho atuou mais no 4-1-4-1 quando tinha a posse de bola, já que Khedira subia e formava o meio com Ozil, Modric e Cristiano Ronaldo. Xabi Alonso era o primeiro volante de marcação. No meio, Ozil era o ponta direita, Modric mais centralizado e Cristiano Ronaldo na ponta esquerda muitas vezes trocava com Higuaín no ataque. Abaixo o desenho tático da primeira etapa.
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| 4-2-3-1 alemão foi superior ao 4-1-4-1 espanhol. |
A pressão inicial do Borussia deu certo e assim como no confronto da primeira fase, o time alemão adiantou sua marcação dificultando a saída de bola do Real, que tinha de ser feita pelos zagueiros Varane e Pepe, e não pelo volante Xabi Alonso, que tinha marcação quase que individual.
Com essa pressão, as primeiras chances foram do Borussia, quase sempre com o trio Gotze, Reus e Lewandowski e foi assim que nasceu a jogada do primeiro gol logo aos 8 minutos, quando Gotze na ponta esquerda fez um cruzamento na medida para Lewandowski que marcou seu primeiro no jogo. Após o gol o Borussia recuou um pouco sua marcação, mas sempre com alguém próximo a Xabi Alonso, então Modric ou Khedira (atuou como um meia em boa parte do jogo) tinham que vir buscar essa bola da defesa e ai os alemães adiantavam suas linhas, obrigando um chutão. Abaixo o flagrante tático de Khedira mais avançado formando a linha com quatro no meio-campo.
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| Flagrante tático de Khedira mais centralizado ao lado de Modric e Xabi Alonso como único volante. |
Com a vantagem os alemães começaram a explorar os contra-ataques, dando a bola ao Real, que não conseguia criar boas chances mesmo com 4 jogadores na criação das jogadas, pois o Borussia fechava com 5 no meio-campo, dificultando a infiltração. O único jeito do Real fazer o gol era em alguma bobeada dos donos da casa e ela veio aos 42 minutos do primeiro tempo com Hummels, que tentou recuar a bola para o goleiro, mas Higuaín foi mais experto, recuperou a bola e tocou para Cristiano Ronaldo marcar seu 12° gol em 11 jogos. A partir daquele momento, parecia que os visitantes iriam crescer e o Borussia poderia se abater.
Na segunda etapa o Borussia retomou o controle do jogo e mais uma vez adotou a estratégia de pressão no inicio, dando certo logo aos 5 minutos, quando Lewandowski se aproveitou do chute errado de Reus e tocou pro fundo da meta de Diego López, colocando os alemães mais uma vez em vantagem, mas dessa vez o time não relaxou e continuou imprimindo o ritmo da partida. Já atordoado, o Real viu aos 10 minutos, Lewandowski aproveitar do chute cruzado de Schmelzer e fazer seu terceiro gol colocando fogo na torcida.
Com a vantagem de dois gols o Borussia deu uma diminuída no ritmo e o Real também encontrava dificuldades para entrar na zaga alemã, tendo maior posse de bola, mas assim como o Barcelona no dia anterior, não sendo objetivo com a bola no pé. Higuaín muito pouco acionado no ataque, Cristiano Ronaldo era desarmado facilmente e Ozil e Modric não conseguiam se entender no meio-campo. Quando o estrago parecia acabado, veio o golpe final dado por ele, Lewandowski. Aos 20 minutos, Reus invadiu a área e sofreu um tranco por trás de Xabi Alonso e o arbitro assinalou pênalti, Lewandowski converteu e fez seu quarto gol no jogo.
O quarto gol do Borussia destruiu o Real. Mourinho ainda tentou mudar colocando Kaká, Dí Maria e Benzema, tirando Xabi Alonso, Modric e Higuaín, recuando Khedira para o papel de volante e mantendo o 4-1-4-1, mas não adiantou nada e quem entrou não conseguiu mudar o resultado. O Borussia por sua vez ainda tentou fazer o quinto, mas naquele momento não podia se arriscar muito para não tomar um gol e aumentar as esperanças merengue.
No jogo da volta em Madrid o Real tem uma missão teoricamente mais fácil do que o Barcelona, pois precisa fazer “só” 3 e não pode levar nenhum, porém, o time tem que estar muito inspirado e ainda torcer pelo Borussia não estar em um dia bom, pois os alemães mostraram que estão em um momento melhor do que os espanhóis e além disso a parte tática do Borussia é melhor definida do que a do Real Madrid.
Tatica do Jogo