Enquanto Mano fala de tática, Romário evoca até presidente Dilma para demitir treinador


Insegurança tática

Mano Menezes avisa que a Seleção não jogará com três atacantes contra as potências, critica a exibição de Lucas e exalta Paulinho


Mano Menezes ouviu gritos de “burro”, “adeus” e “volta, Felipão”, durante a vitória por 2 a 1 sobre a Argentina no jogo de ida do Superclássico das Américas, mas não faz a mínima cerimônia para ser antipopular. A aprovação do técnico da Seleção Brasileira tem tudo para cair ainda mais por causa de uma insegurança tática do comandante. “Não vamos jogar contra as grandes seleções com uma linha de três na frente, como foi contra a Argentina. Você perde o controle do jogo em um setor vital como o meio de campo. Com a Seleção com todos os jogadores à disposição, nós teremos uma ideia um pouco diferente, e ela já está se desenhando, mas isso vai ser quando todos estiverem juntos novamente.”

Na interpretação do técnico, é preciso abrir mão de um atacante para fortalecer o meio de campo com um marcador ou um armador capaz de balancear o esquema tático. Mano não fala abertamente, mas tem duas cartas na manga para tornar o time mais consistente contra os adversários mais fortes: os versáteis Ramires, do Chelsea, e Paulinho, do Corinthians. O jogador do clube londrino atuou em várias posições na temporada passada. Aberto pela direita, na esquerda e até como atacante. Autor do primeiro gol do Brasil diante da Argentina, Paulinho também tem como virtude a mobilidade tática. “O Paulinho foi meu jogador no Corinthians. Eu o indiquei quando ele estava no Bragantino. Vem crescendo muito e isso se reflete na Seleção. Ele já fez parte da Seleção principal e estou muito satisfeito com ele.”

Portanto, não será surpresa se o técnico passar a usar três volantes em jogos contra as potências, com só um armador e dois atacantes. O simulado do novo estilo de jogo pode começar contra o Iraque, em 11 de outubro, em Malmoe, na Suécia, ou cinco dias depois, contra o Japão, em Wrocraw, na Polônia. Ou até antes, diante da Argentina, na partida de volta do Superclássico das Américas. Afinal, o Brasil tem a vantagem do empate para conquistar o título.

Sobrando Nesse caso, um atacante vai sobrar. A julgar pela irritação de Mano Menezes com a exibição de Lucas, o jogador vendido por R$ 108 milhões ao Paris Saint-Germain, da França, deve ser o sacrificado.“ Quando uma equipe se defende no próprio campo, como fez a Argentina, não adianta o jogador se posicionar em determinado flanco e esperar a bola chegar para que a jogada saia. Ele precisa se posicionar em cima do zagueiro, levar o lateral para dentro. Tanto que o Lucas Marques cresceu com a entrada do Wellington Nem. Se olhar a produção dos dois no jogo, nós veremos quem rendeu mais e quem rendeu menos”, reclamou. Insatisfeito com a exibição do xodó da torcida, o treinador o substituiu no segundo tempo por Wellington Nem e viu a plateia se revoltar. “Se eu não puder mudar o time aos 31min do segundo tempo, tenho de ir para casa. Não vou deixar de tirar o jogador porque o torcedor gosta mais desse ou daquele. A minha função é fazer a Seleção melhorar e penso que ela melhorou com a troca do Lucas pelo Wellington Nem”, argumentou Mano, sem medo de ser ainda mais impopular.

enquanto isso...
...Baixinho impiedoso

Depois da vitória do Brasil sobre a Argentina, Romário, campeão mundial em 1994, voltou a criticar duramente Mano Menezes. O hoje deputado federal pelo PSB-RJ chamou o treinador de “frouxo”, cobrou a demissão do profissional e também uma atitude da presidente Dilma Rousseff. Os ataques de Romário começaram com o jogo ainda em andamento. No início do segundo tempo, ele escreveu a seguinte frase no Facebook: “Só pode estar de sacanagem esse tal de Mano Menezes! O artilheiro da Olimpíada (de Londres 2012) Leandro Damião só entrou agora no jogo (21min). Futebol é muito imprevisível, pode ser que daqui para a frente o Brasil até faça três ou quatro gols. E sabe o motivo? Porque o treinador é frouxo, medroso, e não coloca os jogadores que tem que colocar”. O Baixinho já tinha criticado o treinador depois da perda da medalha de ouro na Olimpíada de Londres’2012.

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